Já dizia o Principezinho

05-02-2019

 Li a obra prima de Antoine De Saint-Exupéry numa altura em que não sabia bem quem eu era ou, pelo menos, quem eu queria ser. "O Principezinho" é um livro cheio de amor que não foi escrito só para crianças. Na verdade, este livro deve ser lido várias vezes durante a vida para nos lembrar do nosso verdadeiro propósito neste mundo. O pequeno rapaz loiro ensina-nos (enquanto ele próprio aprende) a apreciarmos as pequenas coisas que o universo nos dá e, essencialmente, a cuidar de todas essas coisas maravilhosas que passam por nós. Ele próprio apercebe-se da importância da sua rosa apenas quando não está do seu lado e no momento em que compreende que ela pode não ser única no universo, mas é única no seu coração. A melhor lição que podemos retirar deste livro é o segredo da raposa "É um segredo muito simples: só com o coração conseguimos ver com nitidez. O essencial é invisível aos nossos olhos. (...) É o tempo que perdeste com a tua rosa que faz a tua rosa tão importante. (...) Os homens esqueceram-se desta verdade (...) Mas tu não podes esquecê-la. És para todo o sempre responsável por aquilo que cativaste. És responsável pela tua rosa...". "Cativar" alguém significa, segundo a raposa, criar laços. Na nossa sociedade, cativar ou ser cativado por alguém é difícil porque requer tempo, paciência e dedicação de ambos os lados. O amor, a amizade são laços que se constroem com o tempo e que, se forem bem cuidados, duram uma eternidade. Essa eternidade é o que mantém muitas almas vivas ou, na menor das hipóteses, felizes. Como esta lição nos ensina, só vemos o que é verdadeiramente essencial com o nosso coração ao permitir que ele se abra ao mundo e cative outros corações.  A bondade e o amor pelo próximo são as melhores das qualidades. Podem englobar a capacidade de ver nos outros corações o que completa o nosso. Ser bondoso é, se necessário, colocar as necessidades dos outros acima das nossas, é deixar o egoísmo de lado e, sempre que possível, ter fé na humanidade e realmente ajudar quem precisa. Amar o próximo, fora de termos religiosos, é ser capaz de ter amor por aqueles que nos amam, aqueles que cativámos. Cativar é extremamente difícil não só no início, como sempre. É um trabalho constante, que necessita ser reforçado e cuidado. 

 Devíamos todos cativar as pessoas como o Principezinho e a raposa se cativaram mutuamente e devíamos cuidar de quem cativámos como o Principezinho tratou da sua frágil, ainda que convencida, rosa. Leiam este livro muitas vezes, para sempre. É uma preciosidade de sabedoria sentimental incrível e cada pessoa pode ter uma interpretação diferente e que pode mudar de leitura para leitura. Na minha opinião, devia ter infinitas páginas porque já perdi a conta das vezes que o li e nem imagino as vezes que ainda o vou ler. 

Lorena. Sim, Lorena. - Blog pessoal
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